sábado, 4 de junho de 2011

Projeção do Espírito


"Não se trata de turismo nem de poderes paranormais. A viagem astral é um mecanismo exercido pela alma para que a pessoa se conheça melhor.
Por Janaína Campoy

(...) Acompanhe a entrevista com Wagner Borges:

Viva: Viagem astral, projeção astral, da consciência. É tudo a mesma coisa?

Wagner: Sim. A saída do corpo é a capacidade latente que todo ser humano tem de projetar temporariamente a própria consciência, o espírito, para fora do corpo físico. Isso acontece em qualquer situação em que o metabolismo do corpo cai, como, um desmaio, relaxamento ou durante o sono, período em que ocorrem noventa e nove por cento das projeções. Os batimentos cardíacos ficam lentos, a respiração mais tranqüila e o corpo espiritual se desprende. Os antigos chamaram esse fenômeno de viagem astral. A Teosofia diz que é projeção astral, o Espiritismo deu o nome de desprendimento espiritual, o Ocultismo chama de saída astral. A Parapsicologia denomina de experiência fora do corpo e para a Projeciologia é a projeção da consciência.

Viva: Qualquer pessoa pode fazer projeção?

Wagner: Sim, porque todos somos seres espirituais. Não precisa ser médium ou seguir alguma linha filosófica. O único pré-requisito para sair do corpo é estar dentro dele.

Viva: Como diferenciar a projeção do sonho?

Wagner: Pela lucidez. A pessoa lúcida raciocina, a memória funciona e existe a noção de tempo e espaço. Na saída do corpo, ela fica tão consciente como quando está acordada. No sonho, não. Aparece um armário, que vira um elefante, que se transforma em uma cobra. Não tem como confundir.

Viva: Mas não existe um grau semiconsciente?

Wagner: É um intermediário. Não é a consciência total nem a inconsciência. Com a projeção semi-consciente, a pessoa vê alguma coisa e se pergunta: "Será que eu estou vendo isso mesmo?"

Viva: O que a pessoa sente quando sai do corpo?

Wagner: Há quem se apavore e desperte de sobressalto, achando que morreu. Tem gente que acorda e não consegue se mexer. Tenta chamar alguém e não consegue. Na verdade, esse é um estado alterado de consciência. É só o metabolismo baixo, uma questão biológica. Outro sintoma muito comum é quando a pessoa está quase pegando no sono e tem a sensação de estar escorregando ou caindo. Isso nada mais é do que um deslocamento da aura (campo energético). Existe também a sensação de que se está inchando, engordando; é só a aura se dilatando. A maioria das pessoas não sabe o que está acontecendo, porque não procurou aquilo. Mas aquilo a procurou e ela tem que conviver com isso. Aí entra a educação. As pessoas precisam saber que são consciências com um potencial incrível e que isso acontece com todo mundo, toda noite, só que inconscientemente.

Viva: Tem gente vagando à noite, sem saber?

Wagner: A maioria das pessoas flutua por cima por cima do corpo apagado, como o cachorro que não abandona a casinha e fica ali acorrentado. E como está junto ao corpo, fica sonhando com o dia-a-dia.

Viva: Por que?

Wagner: Medo, ignorância, baixo nível de consciência. Grande parte das pessoas vive o cotidiano se arrastando, pensando, sentindo e fazendo um monte de besteiras. Eu falo isso como um ser humano, que também está batalhando para melhorar. As pessoas carregam para o sonho aquilo em que pensam quando vão dormir. A maioria das pessoas dormem pensando em si mesmas, nas suas aflições, nas suas coisas imediatas e nunca erguem o pensamento na direção de uma consciência maior. Elas não têm a noção de que podem sair porque a vida delas é de fora para dentro.

Viva: Seria preciso erguer o pensamento?

Wagner: Muita gente que entra nos grupos de estudos de projeção da consciência está em busca de melhoras nos negócios, encontrar a alma gêmea, ver a aura de alguém ou fazer uma proteção. Elas não entram querendo tornar-se uma pessoa melhor e ajudar os outros. Como alguém que odeia o vizinho pode ver a aura de alguém? Mas quando ela estuda, deixa o ego e o egoísmo de lado e decide mudar, cresce muito.

Viva: O que se pode aprender saindo do corpo conscientemente?

Wagner: Em uma projeção, a pessoa tem acesso a outras consciências do plano astral, que podem ensinar muitas coisas que não existem aqui. Enquanto o corpo dorme, ela vê que a estada dela na terra é temporária e não passa o tempo encrencando. Então, ocupa-se em aprender, trabalhar, ser criativa, amar, fazer coisas interessantes. E o fato de ela sair do corpo durante a noite não a tira da vida natural: ela pode sair com os amigos, fazer sexo antes de dormir. A projeção só lhe dá forças espirituais para no outro dia acordar e interagir melhor com o mundo.

Viva: A projeção não é um passeio, então?

Wagner: Eu sempre falo para os meus alunos que a saída do corpo, para quem estuda isso de maneira séria, deve significar, basicamente, duas coisas: o autoconhecimento e a ajuda aos encarnados e desencarnados que precisam dela. Tem muita gente também que morre e fica presa espiritualmente aos apegos do plano físico. Fora do corpo, pode-se aplicar energia, mudar a vibração dessa pessoa e ajudá-la a passar para o lado de lá.

Viva: Pode-se encontrar pessoas mortas durante a saída?

Wagner: A maior vantagem dessas experiências é passar para as outras dimensões do plano astral, porque lá encontra-se parentes e amigos e descobre-se que as pessoas estão vivas do lado de lá. Aí, a gente começa a achar que a morte é uma grande tolice, uma grande cegueira espiritual.

Viva: Um sonho com pessoas que já morreram pode ser considerado projeção?

Wagner: Há formas de saber se é um sonho ou uma projeção. O cérebro produz sonhos com imagens guardadas na mente - a não ser sonhos pré-cognitivos, de algo que vai acontecer, mas são raros, porque são parapsíquicos. Agora, se no sonho com a avó desencarnada, vocês flutuam no ar, atravessam coisas, os olhos dela brilham demais e você a percebe mais nítida e mais acordada do que nunca, há sinais de que isso não foi apenas um sonho. O cérebro não tem a noção de flutuação, por exemplo.

Viva: E porque a gente não lembra da projeção?

Wagner: O problema é que o ser humano não usa nem dez por cento do seu cérebro. A nossa capacidade de memória é muito ruim. O cérebro não consegue reter as imagens que viveu à distância. Mas é possível desenvolver exercícios de estimulação dos chacras da cabeça e da aura para melhorar a memória.

Viva: Existe algum tipo de risco em fazer projeção da consciência?

Wagner: Há muitas lendas: uma delas é que enquanto você estiver fora pode entrar um outro espírito em seu corpo, ou que você pode se perder e não saber voltar. Mas a pior de todas é que muita gente já morreu fazendo viagem astral. Quando o corpo espiritual, chamado de perispírito, corpo astral, psicossoma ou corpo de luz, se projeta, ele fica ligado ao corpo físico por um conduto energético que os antigos chamaram de cordão de prata. Não é uma corda e nem é de prata. É uma extensão de luz brilhante. Mas as pessoas pensam: "Se é um cordão será que se rompe?" Mesmo que a pessoa não queira mais viver na terra, o cordão vai puxá-la. Não tem jeito.

Viva: Com a projeção da consciência, toda noite é uma novidade?

Wagner: Assim como todo dia é uma novidade.

Viva: O que acontece se todo mundo fizesse projeção consciente?

Wagner: Esse mundo seria muito diferente. Não seria possível matar alguém. Você daria um tiro, a pessoa morreria e você a encontraria no plano astral. As pessoas descobririam que o que pensam e sentem se reflete nas energias. (...)


Fonte:
http://www.ippb.org.br
Texto extraído da revista Viva Feliz Nº 8

Imagem:
www.reikiana1.blogs.sapo.pt



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