domingo, 26 de junho de 2011

Pathwork --- Entrevista com Eva Pierrakos

- Eva Pierrakos e John Pierrakos -


“Esta é uma entrevista na íntegra de Eva Pierrakos conduzida por Charles Rotmil, reproduzida com sua autorização. Charles Rotmil participa do Pathwork desde 1963 e esteve com Eva de 1963 ate seu falecimento. Atualmente reside em Maine.”

CHARLES: Poderia descrever o ambiente no qual cresceu?

EVA: Meu pai era um escritor muito famoso, nessa época. Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda é relativamente famoso na Europa. Tínhamos um ambiente fantástico. Havia todos esses escritores, Thomas Mann, Bruno Walter, Herman Hesse, Arthur Schnitzler...que eram a elite intelectual de Viena. Eu desenvolvi um tipo de atitude anti-intelectual como protesto, que provavelmente foi minha forma de rebelião. De certa maneira, esse era ao mesmo tempo, um ambiente muito bonito. Muito culto ... tínhamos dinheiro sem sermos ricos, mesmo assim tínhamos uma vida muito luxuosa. Tínhamos uma propriedade no campo, onde meu pai vivia com sua segunda esposa, e uma linda mansão, e eu cresci nessas duas casas.

CHARLES: Que idade tinha então?

EVA: Meus pais se divorciaram quando eu ainda era muito pequena e quase não tenho lembranças de quando eles viviam juntos. Desde quando posso me lembrar, eles estavam em litígio judicial e havia um ódio absoluto entre eles, apesar de que naturalmente, eu não tinha consciência disso na época. Eu fui uma criança muito feliz --- eu somente sentia uma extrema inquietação quando via meus pais juntos. Isso era uma agonia. Por outro lado, minha madrasta e eu convivíamos bem. Ela era uma mulher dura e fria e eu não gostava dela; mas eu acreditava que gostava. Era uma mulher muito elegante. No verão, eu vivia três meses com meu pai, bem como no Natal e na Páscoa, o tempo restante eu passava, em Viena com minha mãe.

CHARLES: Como era o ambiente religioso nessa época?

EVA: Nenhum. Não havia nenhum. Meus pais, nem um nem o outro eram ateus; eles acreditavam em Deus, mas não falavam sobre isso. Havia uma orientação cristã, mas não havia uma educação religiosa.

CHARLES: Naquele tempo, qual era a sua concepção de Deus?

EVA: Não tinha nenhuma. Eu não pensava sobre isso.

CHARLES: Teve algum pressentimento ou aviso antecipado de algo excepcional acontecendo.

EVA: De maneira alguma! (rindo) Isso, dizendo muito pouco. Eu era, ao contrário, muito mundana. Nada espiritual. Estava completamente voltada para o exterior. Eu ria disfarçadamente, quando qualquer um falava sobre fenômenos psíquicos. De certa modo eu era muito superficial.

CHARLES: Quais eram, suas primeiras aspirações então?

EVA: Eu queria ser bailarina e comecei dançar ballet em criança. No inicio, ainda muito jovem, comecei a representar na escola. Meu pai era muito perfeccionista nessas coisas. Ele disse que, se eu não fosse uma bailarina ou artista qualquer de primeira classe, era melhor não ser nada... Desista durante dois anos. Se seu caminho é o de ser uma grande bailarina, você vai reiniciar o ballet. Não fiz isso, portanto penso que não era essa a minha vocação.

CHARLES: Com certeza dança hoje em dia. Lembra-se de ter tido, com pouca idade, algum sonho marcante?
EVA: Sim, mas não era nenhum prenúncio de tarefa ou algo assim. Isso veio depois.

CHARLES: Lembra-se de algum acontecimento de maior importância em sua infância que lhe causou impacto? O divórcio poderia ser um deles.

EVA: Realmente, o impacto era o constante clima de ódio entre meus pais, o processo judicial, a pensão alimentícia e a absoluta alienação entre meu pai e minha mãe. Esse era o clima constante, mas de alguma maneira consegui me acostumar a isso. Me adaptei a isto. Não podia nem mesmo imaginar um outro tipo de vida Em certo sentido, eu era como meus irmãos mais velhos e minha irmã. Havia uma considerável diferença de idade entre nós. Eles eram mais velhos do que eu e sofreram muito mais. Sabe, eles ainda se lembravam de quando meu pai e mãe viviam juntos, e isso foi muito dolorido para eles. Eles tiveram um trauma maior do que eu. Eu nem mesmo me lembrava deles (juntos). Por isso digo, que é melhor ter pais divorciados quando esses não se entendem, do que ficarem juntos por causa da criança. É um clichê tão bobo ficarem juntos por causa dos filhos. Isso não faz sentido.


Charles: Quantos anos você tinha quando teve o primeiro sinal de mudança ou de alguma coisa acontecendo?

Eva: Não foi uma mudança. Eu ainda era muito jovem, final da adolescência talvez. A mãe de uma amiga minha era espírita e fazia o jogo do copo. E nós fizemos. Foi no sul da França. Fizemos para nos divertir, e o copo começou mesmo a se mexer e a dar respostas. Eu não entendia, na época. Era "brincadeira de criança" e nós não sabíamos mesmo que estávamos brincando com fogo! No meio do dia estávamos na cabana de uma das garotas. A mesa se jogou contra mim e quase me bateu no estômago. Eu sei, não havia como ser um truque; fiquei muito desconfiada. Olhamos embaixo da mesa, mas havia somente estas duas outras garotas e eu. Este é o único fenômeno que eu lembro. E aí, eu não fazia idéia do que pudesse ter causado aquilo. Eu realmente não acreditava em espíritos. Eu não fazia idéia do que pudesse ter causado aquilo. Perguntava para as pessoas que sabiam mais a respeito e contava a eles o ocorrido. Perguntava para eles: "O que é isto? O que fez com que a mesa se movesse?" Ninguém conseguiu me dar uma resposta inteligente. Isto foi durante a guerra e eu não pensei mais a respeito. Então aquilo voltou bem mais tarde. Na primeira vez em que estive na Suiça, depois de ter estado nos Estados Unidos. Foi em 1952.

CHARLES: Aconteceu depois que veio para a América? Como veio aos Estados Unidos?

EVA: O pai de meu primeiro marido, Herman Broch, também era um escritor famoso. Ele nos deu um "visto por perigo", porque estávamos na França durante a ocupação*. Foi antes de casarmos. Casamos quando viemos para cá. Assim cheguei na América. Isso foi em 1941...em seguida casamos. E eu me tornei cidadã* durante a ocupação**.
*cidadã - refere-se a tornar-se cidadã americana
**refere-se a ocupação alemã da França.

Charles: OK. E quando você voltou para a Suíça o que aconteceu? Você diz ter tido escrita-automática.

Eva: Em 1951, que foi mais ou menos um ano antes, eu estava em Zurique com a minha mãe, a minha irmã e o homem com quem eu vivia, o André, um príncipe russo com quem eu tive uma relação intensa, embora nós não tenhamos nos casado porque ele não conseguiu obter o divórcio. Minha mãe nos disse que tinha uma amiga, era médium, e talvez nós quiséssemos ir vê-la. Eu disse: "OK. Vamos lá. Vai ser divertido... como ir ao cinema." Então ela disse: "Você tem que prometer levar a sério e não rir!" E foi assim que eu fui! (risadas) Estava toda preparada para rir. Foi muito interessante, me afetou, e eu percebi que não se tratava de uma coisa para rir. Havia algo em mim que me dizia para levar aquilo a sério. E eu escutei; e aí começaram estas palestras em transe. Acontecia de vez em quando, mas eu nunca tinha a menor idéia do acontecido. Era a última coisa que eu queria, mas era interessante. Comecei a ler livros sobre Fenômenos Psíquicos e Comunicação Espiritual. Abri a minha mente para estas possibilidades e me interessei. Aí esta mulher que nos levou até lá falou a respeito de reencarnação. Isto fazia sentido para mim, eu acreditava. Aí, esta mulher falou sobre a escrita automática e coisas do gênero. Ela tinha feito escrita automática uma vez, o que tinha se tornado muito perigoso porque ela não conseguira controlar. Agora, ela estava pronta para fazê-la de novo. Disse que eu poderia começar com ela. Eu disse: "Está bem, eu não tenho nada melhor para fazer!" Sentei-me com ela e ela começou a escrever automaticamente por um tempo. Então comecei a meditar a primeira vez na minha vida. Aí tive uma experiência interessante... Quase que me esqueço disso. Eu estava sentada, meditando, era verão, perto havia uma janela aberta. De repente, pela primeira vez, houve algum tipo de sinal. Isto foi em Zurique, na véspera de ano novo em 1950. Na Suíça, eles tocam todos os sinos de igreja. Foi então que eu senti alguma coisa, um poder incrível, como o poder de Cristo... como se os anjos estivessem lá. Eu não tinha nenhum conceito de tais coisas, mas foi alguma coisa tão forte que me forçou a ajoelhar. Foi incrível! Aí eu deixei isto de lado e esqueci completamente. Aquilo foi como um anúncio das coisas por virem. Este foi o mesmo ano em que eu fui levada à médium, sem saber o significado disto. Então, veio tudo muito rápido. Foi em 1951, início de 1952.

Novamente eu estava sentada perto da janela, meditando, no verão. Aconteceram muitas vezes, não apenas aquela. Senti um aroma incrível. Não era nenhum aroma que viesse de nada real. Olhei em volta do lado de fora. Não conseguia nem descrever este aroma. Era um aroma espiritual, mas ao mesmo tempo muito real e terreno. Provocou-me um sentimento tão inacreditável que não consigo descrever. Se for aproximado, era uma combinação de essências de madeira e metal. Era inacreditável. Imagino que os anjos tenham este cheiro. Quando isto me aconteceu, eu fiquei tão confusa. Junto com aquele aroma eu sabia que havia algum significado espiritual e eu deixei o assunto de lado. Aquilo foi muito forte. E então, talvez poucos meses depois daquilo, no verão de 1952, em agosto, eu ainda estava na Suíça, um dia eu estava sentada em casa e a minha mão ficou muito pesada, a minha mão direita. Eu estava sentada com os cotovelos sobre a mesa. Minha mão foi meio que puxada para baixo e começou a mover-se por conta própria. Peguei um lápis e ela se moveu. Fiquei muito entusiasmada. Eu não queria fazer escrita automática, e, ao mesmo tempo, estava fascinada. Não fiz muito, somente algumas linhas na diagonal atravessadas no papel. O fato de alguma coisa mover-se além da minha vontade era entusiasmante, assustador, fascinante, muito intrigante. No dia seguinte eu fui até a mulher que sabia a respeito disto e ela reagiu como se fosse algo trivial. Disse: "OK, você faz escrita automática." Passei a sentar-me para isto duas ou três vezes por semana.

Charles: Você estava recebendo algum tipo de mensagem?

Eva: Vieram muitas escritas diferentes, mensagens. Era apenas um passatempo muito interessante. Jamais me ocorreu que aquilo se tornaria no que se tornou... Jamais me ocorreria em um milhão de anos.

Charles: Quando o Guia começou a se manifestar, houve um período em que ele lhe disse que você teria que passar por sua própria purificação antes que pudesse aceitar isto.

Eva: No começo da escrita automática houve muitos testes, muitas entidades diferentes vindo, uma mistura total de níveis... espíritos muito baixos. Tive que aprender a não acreditar no que diziam, que existem muitos perigos, comunicação errada, e a não engolir tudo o que diziam. Com muita freqüência eu era tentada a jogar tudo para o lado. "Talvez a Igreja esteja certa, você não deve ter nada a ver com isso - é muito confuso."

Aí surgiram mensagens intermediárias que eram a tal ponto fenomenais, que foram incríveis - coisas que eu não tinha como saber, e que se verificou serem verdadeiras. Eram realmente impossíveis, coisas que eu nunca acreditaria que pudessem ser daquele modo. E elas eram verdadeiras. E coisas que eram falsas. Previsões! Embora eu não soubesse, na época, que não se deve preocupar-se com previsões... muitas coisas. Então, aos poucos, eu aprendi a lidar com estas coisas, a questionar estes espíritos, a aprender que muitos deles são simplesmente espíritos baixos e que precisam de ajuda. Mentem como seres humanos, fingem ser o que não são. Levei muito tempo para descobrir isto.

Muito gradualmente, aos poucos, uma vez ou outra, vinha uma escrita que era muito diferente. Mais tarde, fiquei sabendo que era o Guia: aconselhamento fantástico sobre desenvolvimento pessoal. Não vinha muito freqüentemente, mas realmente me testava pois estava misturado com estas outras coisas. Foi para mim, neste estágio precoce, um treinamento inacreditável lidar com isto. E havia tanta confusão. Chegou um ponto em que eu decidi que era demais, que não dava para mim. Desisti. Mas quando desisti tive um sentimento ruim, inacreditável, com se a vida tivesse ido embora de mim... como um frio em mim... escuridão em mim... Um sentimento de ter feito alguma coisa errada. Então, depois de dois dias eu retomei e me senti bem com isto. Mais ou menos ao mesmo tempo, a mediunidade auditiva se desenvolveu... não ouvir vozes, como vocês ouvem vozes, mas como se a falação estivesse dentro de mim, não no meu cérebro. Mais tarde isto acabou sendo o meu canal. O primeiro sinal da abertura do canal. Muitas coisas aconteceram em poucos meses. Nestes poucos meses, este aconselhamento incrível, lúcido, sábio, forte - eu acho que era o Guia, ele não se identificou - disse: "Sim, você tem uma tarefa!" E não me disse nada mais a respeito. O importante é o seu desenvolvimento pessoal. Então, mais tarde, na palestra falou-me diretamente o que eu tinha que fazer para enfrentar os meus problemas, dando-me guiança sobre como trabalhar comigo mesma.

Charles: Então você meio que tinha as palestras em microcosmos antes de chegarem... dentro de você!

Eva: Uma revisão diária... meu próprio canal escrevendo todas as noites... revisão diária. E sobre o que eu escrevia, as respostas vinham - escrita automática - e que direção tomar a respeito. Outra coisa: fui logo informada de que eu saberia mais do que esta outra mulher e que não precisava mais dela, embora precisasse porque eu não deveria fazer isto sozinha. "Você não deve fazer isto sozinha. É uma lei... uma lei Espiritual!"

Charles: Aterramento?

Eva: Sim, e o fato de que há decepções às vezes. É muito envolvente e você pode ser completamente pego nisto. Aí esta mesma voz, esta guiança, me disse que quando eu tivesse feito um aterramento suficiente na minha purificação, algumas outras pessoas seriam guiadas até mim, que também poderiam receber ajuda através deste canal e que me ajudariam me dando apoio e ficando comigo durante os transes e coisas do gênero. Naquela época - foi em 1952- o André e eu íamos voltar para os Estados Unidos. Ele tinha perdido o emprego com uma exportadora e não havia nenhuma razão lógica para presumir que voltaríamos para a Suíça porque ele precisava de um emprego e não se conseguia emprego para cidadãos americanos na Europa. Então o único jeito era voltar para os Estados Unidos. No que eu escrevia, vieram estas previsões incríveis. Naquele tempo eu ficava desconfiada com previsões. "Você voltará num futuro próximo porque precisa de treinamento. Haverá certas fases em que você precisará voltar." Foi uma daquelas coisas. Eu a rejeitei completamente. Deixei de lado. Bem, no outono de 1952 nós voltamos para os Estados Unidos. Eu queria retomar porque tinha tido o estúdio de dança antes o qual tivera de abandonar quando fomos para a Europa.

Charles: Quer dizer que você estava dando aulas?

Eva: Não havia motivo pelo qual eu não devesse me sustentar, mas aí eu recebi esta mensagem: "Agora é hora de esquecer completamente - a escrita automática - qualquer tipo de fenômenos; você tem que se concentrar completamente no seu próprio desenvolvimento e não fazer nada mais. Você não deve nem trabalhar por este curto período de tempo." Eu disse: "Como? Não é justo!" E o André foi muito bom a este respeito, ele aceitou. Então eu me concentrei realmente por um ano e meio mais ou menos; totalmente concentrada no meu próprio caminho. O canal só funcionava para isto. Somente me dizia tudo o que eu precisava a meu respeito. É por isto que quando eu ouço falar de pessoas que recebem mensagens fabulosas, como a Ann White, mas que não se trabalham, fico muito desconfiada.

Então, depois de um ano e meio de treinamento muito intensivo, pela primeira vez eu recebi o sinal verde: "O primeiro sinal verde vai ser dado a você agora. Você não tem que sair procurando ninguém... ele virá." Eis que eu e uma velha amiga nos encontramos e falamos sobre estas coisas. Eu não recebi um convite, eu não fazia idéia. Ela me disse: "O quê? Você pode fazer isto? Poderia escrever isto para mim?"

Isto foi na cidade de Nova Iorque entre 1952 e 1954. No início de 1954, ela teve algumas sessões com o seu pai. Ela veio e eu fiz a escrita automática e nenhuma da coisas que vieram tinha nada a ver com fenômenos. Cada vez mais o que eu escrevia se direcionava a ajudar as pessoas com o seu próprio caminho. Este foi o início do canal.

O André estava procurando emprego. Um dia ele conseguiu uma oferta do Marquis de Cuevas Ballet. Sendo originalmente o Ballet de Monte Carlo, eram muito famosos em Paris. O Marquis era o marido da Margaret Rockfeller. Eram bons amigos do André que tinha este nível de "alta sociedade" em sua casa. O Cuevas o convidou para ser gerente deste ballet em Paris. Por toda a minha vida eu sempre estive a margem de dançar, primeiro com o Harkness Ballet e agora com o Marquis de Cuevas Ballet. Era tão engraçado, como se tivesse talvez um dia sido o meu caminho, mas não nesta vida. De qualquer forma, o André recebeu esta proposta muito interessante para ir para Paris como gerente do Cuevas. De um dia para o outro, nos vimos de volta à Europa. Eu havia esquecido completamente que isto era o que tinha sido previsto. Ficávamos um pouco em Paris, indo e vindo de Zurique. Então o André começou a viajar muito com eles e eu me vi, de alguma forma, de volta a Zurique, onde eu havia estado antes. Foi lá que o meu treinamento, a minha mediunidade continuou. Fui guiada a uma outra moça, que também era uma amiga, que passou a fazer as sessões comigo. Ela também canalizava e nós nos encontrávamos com regularidade; entramos nisto.

Então um dia veio a mensagem: "Esta é a hora certa para você começar a treinar para o transe." "Eu não consigo entrar em transe, nunca consegui... é impossível!" "Sim, sim, você tem que fazer uma sessão." Deram-me instruções sobre o que fazer. Falaram-me sobre como abrir mão dos pensamentos, como não pensar, como deixar a minha mente fluir completamente. Disseram-me que eu devia fazer isto duas vezes por semana na presença da outra moça. E depois que fizéssemos isto, haveria sessões em que viria a escrita automática. Cada vez menos estes outros espíritos vinham pois eu realmente tinha aprendido a controlar e a discriminar. A guiança - ou o Guia - vinham na escrita automática. Eu nunca tinha pensado que entraria num transe; eu estava tão "lá". Acho que eu apenas perseverei. Aí, depois de um ano e meio de sessões, consegui entrar em transe. Profundo relaxamento.

De qualquer forma, a primeira vez que entrei em transe, nenhuma voz veio e eu apenas fiquei em transe. Foi um sentimento incrível, e daquela vez em diante eu consegui fazê-lo sem dificuldade. Então, na segunda vez que entrei em transe, veio a voz. Desde então, ela veio. Isto foi por volta do fim do outono de 1956.

Charles: Quem eram as pessoas do seu meio que deram suporte, que escutaram?

Eva: Naquela época, havia se formado um pequeno grupo em Zurique. Esta moça que mencionei aos poucos trouxe os outros seis, oito a dez pessoas e estes vinham com regularidade. Nos encontrávamos mais ou menos uma vez por semana para uma sessão com o Guia e ele lhes dava instruções. Foi por volta do fim da primavera de 1956 e início do outono. Uma das mensagens do Guia foi: "Quando você voltar para os Estados Unidos um grupo se formará. Mais tarde, outras pessoas virão e elas serão o núcleo do grupo que se formará em definitivo para a tarefa que você cumprirá." Não dava nem para começar a inventar a coisa, é tão forçado. Logicamente a voz não me disse nada sobre a vastidão da coisa. Eu pensei que o faria como um passatempo... para amigos, sabe. Por diversão, por interesse - não achava que isto seria a minha vocação. Aí, voltamos aos Estados Unidos em 1956 e este grupo realmente se formou. Lembro-me muito bem quem eram as pessoas.

Charles: Quem eram?

Eva: Bem, você não os conhece. Havia entre seis e oito pessoas que se reuniam e eu lhes dava uma sessão de transe a cada duas semanas. Foi isto, sabe. Foi assim que começou.

Charles: Obrigado. Agora eu posso passar para perguntas recentes. Por exemplo, o que você pode dizer sobre a energia que você sente agora do Guia em comparação à energia que sentia na época?

Eva: Energia inacreditavelmente mais forte... Inacreditável. Não há comparação. Fica sempre mais forte, cada vez mais pura.

Charles: Deve haver um sentimento tremendo quando você entra em transe. Tem alguma maneira de você descrevê-lo?

Eva: É muito difícil colocar este sentimento em palavras. Sabe, as pessoas geralmente pensam em transe como sendo alguma coisa inconsciente e isto não é verdade. Pode haver estados de transe em que se fica realmente adormecido. Não é o caso. Não é que eu não fique consciente, fico super-consciente. Não sei se isto faz algum sentido: é uma super-focalização da consciência. Esta super-consciência é o canal. A minha mente fica fora disto. O que o transe realmente significa é o permitir que outra consciência venha, o que é uma super-focalização - uma intensificação da consciência - o que soa muito contraditório.

Por um tempo muito longo antes de entrar em transe, havia sempre uma pequena ansiedade que tinha a ver com o tempo em que eu recebia coisas sem sentido - ou não recebia nada - o que criava dúvidas a meu próprio respeito. No momento em que eu consegui entregar, entregar para a vontade de Deus, perdi aquela ansiedade e agora me sinto muito confiante. O que é realmente prazeroso é quando saio do transe. O sentimento é de uma tremenda realização e existe um tremendo fluxo de energia nova.

Charles: Só para mudar de assunto um pouquinho. Alguém me contou que, a única vez que você cancelou uma palestra do Guia foi quando um dos gatos morreu. Você poderia falar sobre isto? Também sobre a sua relação com a Psyque. Existe um significado para isto.

Eva: Isto é engraçado. É verdade.

Charles: É surpreendente: aconteça o que acontecer, você está lá.

Eva: Sim. Bem, no dia em que o gato morreu eu estava muito aborrecida. Eu adoro os meus gatos e tenho uma relação muito especial com eles e deduzi pelos meus sonhos que os meus gatos têm uma representação simbólica muito forte para mim. Os meus antigos gatos: o Patsy era o macho e a Micky a fêmea; e o Patsy morreu. De alguma forma aquilo foi o aviso do fim da minha relação com o André, que foi muito doloroso. Mas é claro que eu não sabia disso, quando aconteceu. Eu apenas vivi o luto pelo Patsy! Se você me perguntar sobre a relação entre os meus gatos e os meus sonhos... Bem, o Patsy era o princípio masculino e a Micky era o princípio feminino em mim. Foi muito interessante. Logo depois que eu conheci o John, a Micky morreu. E aí eu ganhei a Psyque. Quando a Micky morreu eu sabia que simbolicamente era a minha feminilidade antiga que já estava doente, e então morreu. A minha nova feminilidade e renascimento vieram com a Psyque. Ela era muito mais bonita e vibrante do que a Micky. Você tirou uma foto dela.

Charles: Sim, eu tenho a foto. Eu gostaria de perguntar: Parece-me que você teve três encruzilhadas na sua vida. Uma: a vinda do Guia. Segunda: a operação, e a terceira, a sua recente mudança de voz, o que abriu a sua receptividade. Se você pudesse falar sobre estes três pontos.

Eva: O Guia já falou sobre isto. Houve um outro ponto importante por volta da época da operação. Esta foi a crise mais importante da minha vida, e foi uma encruzilhada incrível no meu Caminho. Os místicos falam sobre "a noite escura da alma". Foi o fim da relação com o André, que foi muito doloroso. Aí eu tive muitos problemas com as pessoas ao meu redor naquele momento... o Walter Heller, a Anne Heller, a Rose... pessoas que você não conhece.

Charles: Lembro deles.

Eva: Alguns deles você conhece. Tive muita discórdia com eles e muitas coisas negativas aconteceram. Eles eram realmente os pilares que haviam me sustentado! E a discórdia foi muito, muito dolorosa. De repente, me vi sozinha!

Charles: Isto parece a Queda.

Eva: Aí, foi quando o Patsy morreu, tudo aconteceu junto: um incrível enfrentamento das minhas próprias dúvidas sobre o meu canal e o seu significado. Enfrentei muitas dúvidas que eu tinha sobre a Fé. Foi muito difícil para mim enfrentar isto. Eu fiz; tive que enfrentar. Sabe, a Jane Roberts descreve isto também. De onde vem isto... Testes! Foi muito doloroso. Depois, a minha operação. É claro que eu pensei que era o fim da minha vida como mulher. Aconteceu tudo ao mesmo tempo. Eu tive sonhos premonitórios a respeito, na ocasião: sonhos tremendos, grandes, o que foi um período de total inquietação, de testes na minha vida. Digo que se eu não tivesse passado por testes, o Caminho nunca teria se desenvolvido.

Charles: Isto parece o teste final!

Eva: Sim. Primeiro o canal começou e as pessoas vieram e foi bom, e palestras adoráveis iniciaram e a ajuda foi dada. Embora num primeiro momento a ajuda tenha sido dada numa sessão de transe pois eu não tinha o conhecimento de uma helper. Aprendi a ser uma helper nas sessões de transe, quando recebia o Guia. Isto aconteceu durante um tempo, então vieram estes testes! A enorme revolução... A noite escura. Aí eu saí daquilo e foi isso.

Charles: E agora? A voz é uma nova mudança.

Eva: Começou na primavera, em maio do ano passado. Eu tive uma vivência incrível de Cristo no Centro. Eu contei para você. Depois disso, a energia ficou incrível. Aí, eu peguei o vírus e o carreguei durante meses; não conseguia me livrar dele. A laringite aconteceu há dois meses e está realmente entrando em um nível de uma nova energia. Mas não está horrível como da outra vez.

Charles: Está mais suave. Como é que o John entra nisso tudo?

Eva: O John entra através dos Alpert. O Bert Alpert era paciente do John. Ele veio um dia até o John. Trouxe vinte palestras e disse: "conheço uma médium que tem um canal fantástico." E quando o John ouviu a palavra médium ele quis ficar fora disto. Ele tinha muitas dúvidas. Mas o Bert disse: "Leia estas palestras." Aí o John disse: "OK." Então ele leu as palestras e ficou totalmente entusiasmado e disse que era incrível: era o que ele vinha procurando durante toda a sua vida. Disse: "Era tudo carne e não tinha batatas!"- foi esta a expressão que usou. Aí pediu o meu endereço para o Bert. Escreveu para mim; lembro-me com clareza. Voltei de Harkness no dia 4 de julho de 1966 e encontrei a carta do John Pierrakos: "Sou um psiquiatra de Nova Iorque e o material é muito incrível e eu gostaria de comprar todas as palestras e gostaria de falar com você." Foi assim que o conheci.

Charles: Foi assim que ele veio às palestras.

Eva: Sim.

Charles: E aí, posso perguntar quando foi que começou o romance?

Eva: Pode perguntar, não é nenhum segredo. Ele escreveu a carta e eu respondi e dei a informação de que as palestras estavam disponíveis e que, se ele quisesse me ligar, seria um prazer falar com ele. Então ele me ligou e nós marcamos um horário. E eu lembro que José me ajudou a reunir todas as palestras; não sei quantas palestras havia, talvez cento e cinqüenta. Preparamos todas as palestras e o John apareceu lá. De imediato eu tive uma incrível simpatia por ele. E começamos a conversar e ele me falou da sua vida. Aí falou que sentia que tinha traído Reich. Era o tipo da coisa que se diria no Caminho. Eu disse: "Meu Deus!" Eu gostara tanto dele. Disse: "Este homem é incrível." Depois eu soube que ele era casado e disse para mim mesma: "Esqueça isto, é ridículo." Foi como uma vivência subliminar. Havia um tipo de familiaridade a respeito, uma sensação de que era isto! E ainda assim, o meu consciente dizia: "esqueça!".

Charles: Parece uma tremenda reciprocidade.

Eva: Havia tanta identificação, tanto entendimento. Ele era exatamente como o homem que eu estava procurando, com a restrição de que era casado. Eu estava indo embora para Watchhill. E ele disse: "Vamos nos encontrar quando você voltar, eu gostaria de falar mais um pouco com você. E eu também gostaria muito de participar de uma sessão com o Guia e quero perguntar muitas coisas."

Ah, esqueci, houve uma outra coisa muito interessante. Mais ou menos um ano antes eu conheci uma mulher inglesa que lia mãos (geralmente eu não me interesso nem um pouco por isso) cujo nome era Diane Elliot. Ela me foi recomendada pela Rebecca Harkness. Ela me falou: "Vai nesta mulher, ela é fantástica." Ela tinha um pequeno apartamento no Carnegie Hall onde, mais tarde, recebemos as palestras durante um tempo. Fui até ela. Isto foi um ano ou dois antes de eu conhecer o John. Ela era uma mulher linda, muito espiritualizada. Assim que Diane entrou na sala - ela não me conhecia de Adam - me falou a respeito do meu canal espiritual. Disse: "Você tem uma energia fantástica." Depois disso ela leu as palestras. Aí ela olhou as minhas mãos e me falou coisas fantásticas sobre o meu passado, absolutamente tudo. Então, disse: "Você vai conhecer um psiquiatra neste verão que está muito envolvido com campos de energia e é muito científico. Ele não está só praticando a psiquiatria, mas está muito envolvido com os aspectos científicos da energia. E ele é viúvo e vocês vão se casar e ter uma relação fantástica, um casamento muito bonito. Quando você voltar deste verão você vai conhecer este homem e terá uma conversa com ele." (Isto foi em 1962-63) "e você vai achar a conversa com ele a mais estimulante que já teve."

E, é claro, eu tinha esperado este homem, e ele não tinha aparecido: 1963 nada, 1964 nada, 1965 nada. Eu disse: "Esqueça isto, não faz sentido." Desisti; esqueci completamente o assunto. Disse: "Você não pode acreditar nestas previsões." Ela era ótima no que se referia ao passado, mas não ao futuro. Eu ainda não acredito em previsões do futuro, mas uma vez que outra acontece. Então, de qualquer forma, eu tirei isto da minha cabeça. Aí, quando eu vi o John a Segunda vez, passamos uma tarde juntos e conversamos. No final da conversa ele disse: "Bem, esta foi a conversa mais estimulante que já tive!" E eu disse: "Ai, meu Deus, o que foi que você disse?" E ele: "Qual é o problema? Você não concorda?" Eu disse: "Sim." Eu não queria dizer nada a ele: eu ficava pensando o tempo todo: ele é casado! Esqueça!

Assim, conversamos e jantamos juntos e marcamos um horário para uma sessão com o Guia. Ele perguntou: "Quanto você cobra? Eu quero trabalhar com você. Preciso desta ajuda." Minha voz interior me disse: "Se você se envolver com ele como profissional, nunca poderá haver nada entre nós." E aí eu disse: "Não quero isto. Não cobro nada. Eu também quero aprender com você." Era isto mesmo que eu queria dizer, mas era uma voz interior: "Se ele vier como profissional vai ser o fim, eu sei disso! O meu sentimento era tão forte, e ainda assim o meu mental dizia: "ele é casado, esqueça isto!" Então ele participou de uma sessão com o Guia e, na sessão com o Guia foi informado de que um dos seus problemas era ser muito infeliz em seu casamento que não tinha saída. Esta foi a primeira vez que eu me abri para ele. E foi assim que começou.

Charles: Que bonito! Mais uma coisa que eu gostaria de perguntar: Arosa. Sei que tem um significado especial, imagino a palavra "arising" do inglês. ( N.T.: arising= que surge, emergente) Qual é o significado para você? E para todos nós em Arosa? Você não costumava ir lá quando jovem?

Eva: Eu não ia à Arosa quando era jovem. Em 1963 a minha mãe morreu. Enquanto ela ainda era viva, de 1961 a 1963, eu ia à Arosa todos os verões com a minha irmã para visitá-la. Combinávamos a visita com as férias. E em 1963 ela morreu. E aí, de alguma forma eu tive a idéia de, ao invés de irmos lá no verão, poderíamos ir nas férias de inverno esquiar. Então, em 1965, fomos à Arosa no inverno. Gostei tanto de lá que não consigo comparar a nenhum outro lugar. É cheia de paz, é bonita, é ensolarada e tem mil vantagens que outros lugares não têm. Eu fui fisgada. Naquele tempo, para mim, era um tempo de férias necessário para descanso, reabastecimento e regeneração.

Todas as férias eram sempre uma preparação para uma nova fase no Pathwork e em mim mesma. Então eu fui lá em 1965 e 1966 com a Miana. Em 1967 eu já conhecia o John, mas é claro que ele não foi - ele nunca tinha esquiado na sua vida. Durante os anos que eu o conheci, fui lá sem ele. Eu tinha uma coisa que eu queria mostrar aquilo para ele, queria compartilhar com ele. Mas quando eu falava para ele, ele não se interessava. Sendo da Grécia, serra e neve não tinham nenhum significado para ele. Mas eu sabia que seria incrível se ele visse aquilo. Em 1969 foi a primeira vez que ele foi. Foi também nesta época que ele deixou a sua primeira esposa e veio morar comigo. Aí ele viu, começou a esquiar, teve aulas. Depois de umas dez aulas ele começou a gostar. O tédio inicial tinha acabado. Depois, em 1970, fomos lá juntos sozinhos. Acho que a Miana estava lá também e depois apareceu o meu irmão para nos visitar. Foi uma experiência incrivelmente profunda para mim em todos os níveis: a beleza - externa e interna- a regeneração interior espiritual e a preparação para coisas novas. Então desejamos poder dividir isto com amigos. Assim, o Bill e a Clare, o Bert e a Moira foram os primeiros a ir. Foi assim que começou. Acho que eles foram a primeira vez em 1971 ou 1972, não tenho muita certeza.
Todos os anos tem uma abertura. E todos os anos alguma coisa nasce lá, como o Centro.

Charles: Eu poderia dizer que quando ouço a estória fico estupefato, pasmo com os potenciais de cada um de nós. É uma estória realmente inspiradora e me enche de poder.

Eva: Eu lhe digo que não conseguiria nem ser justa porque é tão difícil de explicar. O começo, e o tatear, e o quanto eu não sabia nada na época. Na verdade, muitas destas coisas eu tive que aprender de maneira árdua, por tentativa e erro. Eu acho que quando as pessoas sentem ciúme de mim porque eu tenho o Guia e acham que eles poderiam sentar e fazer o mesmo eles não fazem a mínima idéia. Muito embora, com certeza, é muito mais fácil para eles agora do que foi para mim então, porque o Caminho está esboçado e eles têm a ajuda. No início, no entanto, houve muitos testes e muitas coisas pelas quais passar. Mas valeu a pena mil vezes. Eu faria tudo de novo - até as coisas mais difíceis. Pelo que é.

Charles: O que me impressiona é a idéia de dar pequenos passos. É impressionante como você deu passos muito pequenos sem fazer idéia da distância a que chegaria.

Eva: Nenhuma!

Charles: Mas você levou tudo a cabo. Eu lembro quando eu comecei no Pathwork, há treze ou quatorze anos atrás, senti que ele tinha atingido o seu apogeu, sabe. A cada palestra eu dizia: "É isso! É isso!"

Eva: Depois de cinco anos eu disse: agora nós temos tudo. Eu não sabia o que mais o Guia poderia dizer. Não conseguia imaginar o que mais poderia ser dito.

Charles: Há uma citação famosa de um poeta que não lembro o nome. Ele disse: "Pessoas como você deveriam viver mil anos."

Eva: Que amor! Obrigada"




Texto e Imagens: Internet




sábado, 25 de junho de 2011

Além dos Nossos Sentidos Habituais...



"Quer acreditemos ou não nos fenômenos parapsíquicos, muitos de nós já enfrentamos situações que nos fizeram pensar no assunto.

Pode ter sido alguém que disse estar pensando em nós naquele segundo em que lhe telefonamos, ou vice-versa. Ou uma intuição de escolher um caminho diferente do usual, e descobrir posteriormente que um grande acidente ocorreu na estrada que desistimos de pegar.

Talvez tais experiências não ocorram com frequência, mas podem nos deixar com um profundo sentimento de que estamos interconectados, de que podemos estar informados sobre as coisas mesmo sem compreender como, e de que deve haver mais em nosso universo do que dectamos através dos nossos sentidos habituais."



Autoria: Dra. Diane Hennacy Powell
Livro: Poderes Paranormais


Imagem:
www.stum.com.br




domingo, 19 de junho de 2011

A Mediunidade de Carl Jung


"Viver psicologicamente significa imaginar coisas... estar na alma é experimentar a fantasia em todas as realidades". (Hillman)

Carl Gustav Jung, criador da psicologia analítica e que, ao contrário de Freud, afirmou que a libido não era apenas um impulso sexual instintivo, mas também uma energia psíquica geral, dirigida para a vontade de viver, teve, durante o decorrer de sua vida, experiências psíquicas que "transcenderam os limites do tempo e do espaço" como gostava de registrar.
A presente abordagem de relatos sobre algumas das experiências transcendentais de Jung, baseada em obras consultadas e que serão relacionadas no final deste artigo, não tem a pretensão de convencer o leitor sobre a teoria da imortalidade da alma (ou da reencarnação) e, sim, levá-lo ao exercício reflexivo sobre este importante tema, que conforme a ótica da psicologia clássica, "são apenas fenômenos psíquicos oriundos de efeitos ilusórios de nossos processos mentais".

PRIMEIRO RELATO: JUNG E A INFÂNCIA
No fundo sentia-me "dois": o primeiro, filho de seus pais, que freqüentava o colégio, era menos inteligente, atento, aplicado, decente e asseado que os demais; o outro, pelo contrário, era adulto, velho, céptico, desconfiado e distante do mundo dos homens.
Perturbadíssimo, tomei consciência de que, na realidade, havia em mim duas pessoas diferentes: uma delas era o menino de colégio que não compreendia matemática e que se caracterizava pela insegurança; o outro era um homem importante, de grande autoridade, com quem não se podia brincar - mais poderoso e influente que aquele industrial. Era velho, que vivia no século XVIII, usava sapatos de fivela, peruca branca e tinha, como meio de transporte, uma caleça cujas rodas de trás eram grandes e côncavas e entre as quais o assento do cocheiro ficava suspenso por meio de molas e correia de couro.

SEGUNDO RELATO
Observação: Nesse caso particular, o motivo que o fez recordar foi um incidente na casa de um colega onde passava um período de férias. O dono da casa chamou-lhe energicamente a atenção, por causa de uma brincadeira com um barco - que fora proibida -, e que por pouco não terminou em tragédia.
Cabisbaixo, reconheci que fizera justamente o que fora proibido. A repressão era, pois, merecida. Mas ao mesmo tempo senti uma raiva de que aquele homem grosseiro, gordo e sem instrução ousasse insultar-me! E não me sentia apenas como um ser adulto, mas como uma autoridade, uma pessoa cheia de importância e dignidade.
O contraste com a realidade era de tal forma grotesca, que meu furor desapareceu de repente. Surgiu então em mim a pergunta: "Mas afinal quem é você para reagir como se fosse sabe lá o diabo, quem. E é claro que é o outro que está com a razão. Você é um colegial de doze anos, ao passo que o outro é um pai de família, um homem rico e poderoso que possui duas casas e vários cavalos magníficos".

TERCEIRO RELATO
Certo dia, quando habitávamos em Klein-Hüningen, perto da Basiléia, um fiacre verde, muito velho, passara diante da nossa casa vindo da floresta negra. Era uma caleça antiga, como as do século XVIII. Assim que vi, um sentimento de exaltação se apoderou de mim: "Ah, hei-la! É do meu tempo! - tinha a impressão de reconhecê-la, era semelhante aquela que me transportaria! Depois fui invadido por um sentimento estranho, como se eu tivesse sido roubado ou ludibriado no tocante ao meu amado outrora. O fiacre era um vestígio daquele tempo! É difícil descrever o que passou comigo e o que me emocionou tão fortemente: uma espécie de nostalgia? Uma saudade? Uma reminiscência? Era isso, era exatamente isso!".

QUARTO RELATO
Houve ainda um outro incidente que me lembrou do século XVIII. Vira, em casa de uma tia, uma estatueta dessa época, que representava dois personagens em terracota pintada. Um deles era o velho Dr. Stuckelberger, personalidade famosa da cidade de Basiléia. A outra figura representava uma de suas pacientes, com os olhos e a língua de fora. Havia uma lenda a respeito disso. Ora, a figura do velho doutor tinha sapatos de fivela que reconheci estranhamente como meus ou semelhantes aos meus. Estava convencido disso. "Usei esses sapatos". Esta convicção me perturbara de um modo profundo. "Sim, eram realmente os meus sapatos!". Eu os sentia nos pés e não podia compreender essa estranha sensação. Como poderia pertencer ao século XVIII? Acontecia-me, às vezes, datando, escrever 1786 em lugar de 1886 e isto era sempre seguido de um sentimento de inexplicável nostalgia.

QUINTO RELATO: O JUNG ADULTO E OS SONHOS
Recentemente, observei em mim mesmo uma série de sonhos que, com toda a probabilidade, descrevem o processo da reencarnação de um morto de minhas relações. Era mesmo possível seguir, com uma probabilidade não totalmente negligenciável, certos aspectos dessa reencarnação até a realidade empírica. Mas como nunca mais tive ocasião de encontrar ou tomar conhecimento de algo semelhante, fiquei sem a menor possibilidade de estabelecer uma comparação. Minha observação é, pois, objetiva e isolada. Quero somente mencionar a sua existência, mas não o seu conteúdo. Devo confessar, no entanto, que a partir dessa experiência observo com a maior boa vontade o problema da reencarnação, sem, no entanto, defender com segurança uma opinião precisa.

SEXTO RELATO: A APARIÇÃO DO ESPÍRITO DE UM AMIGO
Uma noite, estava deitado, acordado, pensando na morte súbita de um amigo cujo funeral tinha ocorrido no dia anterior... de repente, senti que ele estava no quarto. Pareceu-me que estava de pé ao lado de minha cama e me pedia que fosse com ele. Eu o segui em minha imaginação. Ele me levou para fora da casa, pelo jardim até a rua e finalmente até a sua casa. Subiu em um banquinho e mostrou-me o segundo dos cinco livros encadernados de vermelho da segunda prateleira a partir do alto. Essa experiência pareceu-me tão curiosa que, na manhã seguinte, fui até a sua viúva e perguntei se podia procurar uma coisa na biblioteca de meu amigo. Evidentemente havia um banquinho diante da estante, como em minha visão, e mesmo antes de chegar perto vi os livros encadernados de vermelho. O título do segundo volume era: "O legado dos mortos".

AS CONCLUSÕES DE JUNG SOBRE A IMORTALIDADE DA ALMA
Em 1956, respondendo ao senhor H. J. Barret, dos Estados Unidos, escreve Jung sobre sua crença na imortalidade da alma:
Ainda que meu tempo seja escasso e minha idade avançada um fato real, tenho gosto em responder às suas perguntas. Não são fáceis como, por exemplo, a primeira: se eu acredito numa sobrevivência pessoal após a morte. Não poderia dizer que acredito nela, pois não tenho o dom da fé. Só posso dizer que sei alguma coisa ou não, como tentarei expor a seguir.
1. Sei que a psique possui certas qualidades que transcendem os limites do tempo e do espaço. Em outras palavras, a psique pode tornar elásticas essas categorias, ou seja, 100 milhas podem ser reduzidas a uma jarda, e um ano a poucos segundos. Isto é um fato do qual temos todas as provas necessárias. Além disso, há certos fenômenos post-mortem que eu não consigo reduzir a ilusões subjetivas. Por isso, sei que a psique pode funcionar com o empecilho das categorias de espaço e tempo. Ergo-a própria a um ser transcendental e, por isso, relativamente não espacial e "eterna". Isto não significa que eu tenha qualquer tipo de certeza quanto à natureza transcendental da psique. A psique pode ser qualquer coisa.
2. Não há razão alguma para supor que todos os chamados fenômenos psíquicos sejam efeitos ilusórios de nossos processos mentais.
3. Não acho que todos os relatos dos chamados fenômenos miraculosos (como precognição, telepatia, conhecimento supranormal, etc.) sejam duvidosos. Sei de muitos casos em que não paira a mínima dúvida sobre sua veracidade.
4. Não acho que as chamadas mensagens pessoais dos mortos devam ser rechaçadas in globo como ilusões. Immanuel Kant disse certa vez que duvidava de toda história individual sobre fantasmas, etc., mas se tomadas em conjunto, havia algo nelas. Eu examino minuciosamente o meu material empírico e devo dizer que, entre muitas suposições arbitrárias, há casos que me fazem titubear. Tomei como regra aplicar a sábia frase de Multatuli: "Não existe nada que seja totalmente verdadeiro, nem mesmo esta frase".


LIVROS CONSULTADOS:
Argollo, Djama. JUNG E A MEDIUNIDADE
Jung, Gustav, Carl. PSICOLOGIA E RELIGIÃO
Richter, Lorena. REFLEXÕES CLÍNICAS SOBRE A TEMÁTICA DA RELIGIÃO
Fábio Bastos - Psicanalista Clínico e Interdimensional - Dirigente mediúnico espírita

Fonte: www.amebrasil.org.br


Extraído do Blog:
http://padmashanti.blogspot.com



sábado, 11 de junho de 2011

Além da Vida --- Filme (DVD)



Por André Shatoloff


"O filme Hereafter – Além da Vida (2010), com título original: Hereafter. Do director: Clint Eastwood, Writer: Peter Morgan, Stars: Matt Damon, Cécile De France, Bryce Dallas Howard, trata o tema da continuidade da vida.

Neste filme três histórias se fundem. A de um vidente americano capaz de contactar com os mortos, mas em crise por não saber lidar com seu potencial e o assédio das pessoas ávidas por notícias dos entes queridos. Um menino inglês à procura de respostas e seus caminhos de desilusão, o encontro com charlatães, falsos profetas. Uma repórter de telejornal francesa cuja vivência de uma EQM após um Tsunami a faz levar a sério a vida, reflectir seus conceitos e vira também sua vida ao avesso.

O importante é a reflexão conduzida pelo filme sobre a evolução, o desenrolar, o questionar dos valores individuais, as tomadas de decisão, o crescimento adquirido aos personagens.

É apontado a crise de valores, crise de crescimento e como um evento negativo pode dar frutos positivos, a vida é um grande laboratório do apreender, cenário de superação, resignificação, reciclagem íntima.

A maioria dos filmes atuais é de velocidade rápida, feito para engolir sem sentir o sabor. Este é mais lento, favorável a entrar na atmosfera da dificuldade dos personagens, o drama, a reflexão, ou seja tempo para pensar nos valores da vida."



Fonte:
http://astral.sapo.pt/espiritualidades

Imagem: Internet



Além da Vida --- Análise do Filme



"Um dos pontos relevantes no filme relacionados aos fenômenos parapsíquicos, podemos citar: a repórter que durante o Tsunami passa por um breve período fora do corpo aonde reconhece uma multidão e muitos já não estavam vivos no corpo humano, mas vivos numa outra dimensão, o que chama atenção a lucidez neste momento é a figura da menina que minutos antes estava a vender artesanato; a psicometria, ou seja, a obtenção de informações a respeito de parentes quando o vidente tocava as mãos da pessoa assistida e depois de ter feito uma afinização com relação a estes parentes ocorria uma comunicação de base telepática deflagrando informações assertivas, impactantes aos ouvintes.

O fenômeno é trabalhado no filme com muita naturalidade mas além disso também gera impactos de reflexão, essa necessidade de perdoar, entender, nem sempre é algo confortável porque mexem com feridas do passado, coisas não ditas entre as pessoas.

A interação com esse triângulo de comunicação vidente, consciência comunicadora e o assistido demonstra a dificuldade no dia-a-dia das pessoas acertarem suas diferenças e conviverem bem. E o demonstrado é que essa transição de vida não faz sumir tudo isso.

Essas reciclagens que os personagens passam, em diversos momentos, o vidente, a jornalista e o menino passam por períodos de relativa introspecção sem acolhimento adequado de quem está de fora da situação, logo as crises de crescimento que pedem mudanças nem sempre são facilmente entendidas por quem está perto e não vivencia o problema. Isso não diminui a grandiosidade da superação destas dificuldades.

Entretanto assim como mostra o filme, não conseguimos manter, congelar, ou fossilizar verdades absolutas pois sempre podemos vivenciar experiências auto-persuasora capazes de resignificar imensa teoria."



Fonte:
http://astral.sapo.pt/espiritualidades


Imagem: Internet



quinta-feira, 9 de junho de 2011

Recordações de Vidas Passadas




"O Dr. Ian Stevenson – americano, que foi chefe da Divisão de Parapsicologia do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virginia, EUA, num trabalho que durou mais de trinta e oito anos, pesquisou e arquivou mais de 2.600 (dois mil e seiscentos) casos, na sua maioria de crianças, que, em dado momento de suas vidas, sem uma razão muito clara para isso, passaram a dizer que tinham sido outra pessoa em outra vida diferente, lembrando-se com impressionante nitidez de fatos e situações vividas, assim como de nome de pessoas e cidade

Em seu método, o Dr. Stevenson busca a comprovação da reencarnação através das ditas “marcas de nascença”, que demonstram que as pessoas além de trazerem marcas semelhantes a de seus antepassados já falecidos, traziam também inconfundíveis traços de sua personalidade, tão marcantes que indicam tratar-se do mesmo espírito, agora em corpo diferente

Em 1997, o Dr. Stevenson publicou um trabalho entitulado Reincarnation and Biology (Reencarnação e Biologia). No primeiro volume, ele descreve marcas de nascimento na pele de bebês recém-nascidos que não podiam ser explicadas pela herança genética. No segundo volume, ele se concentra em deformidades e outras anomalias com as quais as crianças nasciam que não podiam ser explicadas pela herança genética, nem por ocorrências pre-natalinas ou perinatalinas (durante o nascimento). Este trabalho contém centenas de fotos que documentam as evidencias.

Aproximadamente 35% das crianças que afirmam lembrar-se de vidas anteriores têm marcas de nascimento ou defeitos de nascimento que combinam perfeitamente com os ferimentos da pessoa que elas afirmam terem sido em outra vida, ou marcas que essas pessoas tinham.

Em 43 dos 49 casos nos quais um documento médico (normalmente um relatório de autópsia) foi obtido, foi confirmada correspondência entre os ferimentos mortais recebidos na vida anterior e as marcas ou defeitos de nascimento da criança."



Fonte:
oliviobritto.wordpress.com


Imagem:
beyondtheveil.net



sábado, 4 de junho de 2011

Projeção do Espírito


"Não se trata de turismo nem de poderes paranormais. A viagem astral é um mecanismo exercido pela alma para que a pessoa se conheça melhor.
Por Janaína Campoy

(...) Acompanhe a entrevista com Wagner Borges:

Viva: Viagem astral, projeção astral, da consciência. É tudo a mesma coisa?

Wagner: Sim. A saída do corpo é a capacidade latente que todo ser humano tem de projetar temporariamente a própria consciência, o espírito, para fora do corpo físico. Isso acontece em qualquer situação em que o metabolismo do corpo cai, como, um desmaio, relaxamento ou durante o sono, período em que ocorrem noventa e nove por cento das projeções. Os batimentos cardíacos ficam lentos, a respiração mais tranqüila e o corpo espiritual se desprende. Os antigos chamaram esse fenômeno de viagem astral. A Teosofia diz que é projeção astral, o Espiritismo deu o nome de desprendimento espiritual, o Ocultismo chama de saída astral. A Parapsicologia denomina de experiência fora do corpo e para a Projeciologia é a projeção da consciência.

Viva: Qualquer pessoa pode fazer projeção?

Wagner: Sim, porque todos somos seres espirituais. Não precisa ser médium ou seguir alguma linha filosófica. O único pré-requisito para sair do corpo é estar dentro dele.

Viva: Como diferenciar a projeção do sonho?

Wagner: Pela lucidez. A pessoa lúcida raciocina, a memória funciona e existe a noção de tempo e espaço. Na saída do corpo, ela fica tão consciente como quando está acordada. No sonho, não. Aparece um armário, que vira um elefante, que se transforma em uma cobra. Não tem como confundir.

Viva: Mas não existe um grau semiconsciente?

Wagner: É um intermediário. Não é a consciência total nem a inconsciência. Com a projeção semi-consciente, a pessoa vê alguma coisa e se pergunta: "Será que eu estou vendo isso mesmo?"

Viva: O que a pessoa sente quando sai do corpo?

Wagner: Há quem se apavore e desperte de sobressalto, achando que morreu. Tem gente que acorda e não consegue se mexer. Tenta chamar alguém e não consegue. Na verdade, esse é um estado alterado de consciência. É só o metabolismo baixo, uma questão biológica. Outro sintoma muito comum é quando a pessoa está quase pegando no sono e tem a sensação de estar escorregando ou caindo. Isso nada mais é do que um deslocamento da aura (campo energético). Existe também a sensação de que se está inchando, engordando; é só a aura se dilatando. A maioria das pessoas não sabe o que está acontecendo, porque não procurou aquilo. Mas aquilo a procurou e ela tem que conviver com isso. Aí entra a educação. As pessoas precisam saber que são consciências com um potencial incrível e que isso acontece com todo mundo, toda noite, só que inconscientemente.

Viva: Tem gente vagando à noite, sem saber?

Wagner: A maioria das pessoas flutua por cima por cima do corpo apagado, como o cachorro que não abandona a casinha e fica ali acorrentado. E como está junto ao corpo, fica sonhando com o dia-a-dia.

Viva: Por que?

Wagner: Medo, ignorância, baixo nível de consciência. Grande parte das pessoas vive o cotidiano se arrastando, pensando, sentindo e fazendo um monte de besteiras. Eu falo isso como um ser humano, que também está batalhando para melhorar. As pessoas carregam para o sonho aquilo em que pensam quando vão dormir. A maioria das pessoas dormem pensando em si mesmas, nas suas aflições, nas suas coisas imediatas e nunca erguem o pensamento na direção de uma consciência maior. Elas não têm a noção de que podem sair porque a vida delas é de fora para dentro.

Viva: Seria preciso erguer o pensamento?

Wagner: Muita gente que entra nos grupos de estudos de projeção da consciência está em busca de melhoras nos negócios, encontrar a alma gêmea, ver a aura de alguém ou fazer uma proteção. Elas não entram querendo tornar-se uma pessoa melhor e ajudar os outros. Como alguém que odeia o vizinho pode ver a aura de alguém? Mas quando ela estuda, deixa o ego e o egoísmo de lado e decide mudar, cresce muito.

Viva: O que se pode aprender saindo do corpo conscientemente?

Wagner: Em uma projeção, a pessoa tem acesso a outras consciências do plano astral, que podem ensinar muitas coisas que não existem aqui. Enquanto o corpo dorme, ela vê que a estada dela na terra é temporária e não passa o tempo encrencando. Então, ocupa-se em aprender, trabalhar, ser criativa, amar, fazer coisas interessantes. E o fato de ela sair do corpo durante a noite não a tira da vida natural: ela pode sair com os amigos, fazer sexo antes de dormir. A projeção só lhe dá forças espirituais para no outro dia acordar e interagir melhor com o mundo.

Viva: A projeção não é um passeio, então?

Wagner: Eu sempre falo para os meus alunos que a saída do corpo, para quem estuda isso de maneira séria, deve significar, basicamente, duas coisas: o autoconhecimento e a ajuda aos encarnados e desencarnados que precisam dela. Tem muita gente também que morre e fica presa espiritualmente aos apegos do plano físico. Fora do corpo, pode-se aplicar energia, mudar a vibração dessa pessoa e ajudá-la a passar para o lado de lá.

Viva: Pode-se encontrar pessoas mortas durante a saída?

Wagner: A maior vantagem dessas experiências é passar para as outras dimensões do plano astral, porque lá encontra-se parentes e amigos e descobre-se que as pessoas estão vivas do lado de lá. Aí, a gente começa a achar que a morte é uma grande tolice, uma grande cegueira espiritual.

Viva: Um sonho com pessoas que já morreram pode ser considerado projeção?

Wagner: Há formas de saber se é um sonho ou uma projeção. O cérebro produz sonhos com imagens guardadas na mente - a não ser sonhos pré-cognitivos, de algo que vai acontecer, mas são raros, porque são parapsíquicos. Agora, se no sonho com a avó desencarnada, vocês flutuam no ar, atravessam coisas, os olhos dela brilham demais e você a percebe mais nítida e mais acordada do que nunca, há sinais de que isso não foi apenas um sonho. O cérebro não tem a noção de flutuação, por exemplo.

Viva: E porque a gente não lembra da projeção?

Wagner: O problema é que o ser humano não usa nem dez por cento do seu cérebro. A nossa capacidade de memória é muito ruim. O cérebro não consegue reter as imagens que viveu à distância. Mas é possível desenvolver exercícios de estimulação dos chacras da cabeça e da aura para melhorar a memória.

Viva: Existe algum tipo de risco em fazer projeção da consciência?

Wagner: Há muitas lendas: uma delas é que enquanto você estiver fora pode entrar um outro espírito em seu corpo, ou que você pode se perder e não saber voltar. Mas a pior de todas é que muita gente já morreu fazendo viagem astral. Quando o corpo espiritual, chamado de perispírito, corpo astral, psicossoma ou corpo de luz, se projeta, ele fica ligado ao corpo físico por um conduto energético que os antigos chamaram de cordão de prata. Não é uma corda e nem é de prata. É uma extensão de luz brilhante. Mas as pessoas pensam: "Se é um cordão será que se rompe?" Mesmo que a pessoa não queira mais viver na terra, o cordão vai puxá-la. Não tem jeito.

Viva: Com a projeção da consciência, toda noite é uma novidade?

Wagner: Assim como todo dia é uma novidade.

Viva: O que acontece se todo mundo fizesse projeção consciente?

Wagner: Esse mundo seria muito diferente. Não seria possível matar alguém. Você daria um tiro, a pessoa morreria e você a encontraria no plano astral. As pessoas descobririam que o que pensam e sentem se reflete nas energias. (...)


Fonte:
http://www.ippb.org.br
Texto extraído da revista Viva Feliz Nº 8

Imagem:
www.reikiana1.blogs.sapo.pt



Precognição


"Os relatos sobre eventos envolvendo precognição estão presentes em todos os povos, em todas as épocas. Atualmente, a precognição vem sendo estudada por cientistas de todo o mundo, com a realização de experimentos importantes que apresentam evidências cientificas do fenômeno.

Jayme Roitman

O navio Titanic, na época considerado “indestrutível”, zarpou de Southampton em 10 de abril de 1912, e naufragou entre 14 e 15 do mesmo mês. O sr. John Connon Midletton, homem de negócios londrino, reservou passagem no transatlântico em 23 de março de 1912. Cerca de dez dias antes da viagem, Connon sonhou que a embarcação flutuava com a quilha para cima e, ao seu redor, se encontravam passageiros e tripulação, nadando no mar. Embora não costumasse se lembrar de seus sonhos, não o contou a ninguém, para não assustar. No dia seguinte, teve o mesmo sonho novamente. Uma semana antes da partida, ele contou o sonho para sua esposa e vários amigos, e cancelou a reserva, evitando assim ser vítima da tragédia.

O Sr. John Connon tinha documentos que comprovavam a reserva e o cancelamento da viagem. Sua esposa e três amigos enviaram seu testemunho escrito à Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, confirmando que o sonho lhes foi relatado antes da partida do Titanic. Pelo menos dez pessoas tiveram experiência de precognição relativas ao naufrágio do Titanic.

A precognição ocorre com maior freqüência quando relacionada a eventos com carga e intensidade emocional, tais como tragédias, risco de morte, acidentes, terremotos, eventos que dizem respeito a um número elevado de pessoas, etc. As indicações sugerem que ligações afetivo-emocionais associadas à iminência de sofrimento favorecem a ocorrência de precognição.

Pesquisas realizadas em Londres, Estados Unidos, Alemanha e Brasil também mostram que a maior parte das precognições espontâneas ocorre durante o sonho. Os sonhos precognitivos são geralmente vívidos; o sonhador os percebe de modo realista, como algo acontecido na vigília, diferente da maioria dos sonhos comuns.



NARRATIVAS DE PRECOGNIÇÃO PROVAVELMENTE ESTÃO PRESENTES EM TODOS OS POVOS, em todas as épocas. O conhecimento direto do futuro é o mais intrigante dentre os fenômenos paranormais.

Se pararmos para pensar um pouco, parece absurdo que a precognição exista. É como se tivéssemos consciência ou memória do futuro. Convenhamos, é algo verdadeiramente muito estranho. Não é à toa que alguns autodenominados céticos insistam em negar sua existência. Diante de casos espontâneos, por mais espetaculares que sejam, a interpretação é sempre a mesma: afirma-se o acaso ou coincidência.

É bom lembrar que ser cético é obrigação de todo cientista, e que ser dogmático não combina com ciência. Muitas vezes, se instaura um impasse praticamente insuperável com relação à explicação dos casos espontâneos. Para superar isso, parapsicólogos propuseram metodologia experimental para testar a existência ou não da precognição.

Os casos espontâneos de precognição – assim como outros eventos relacionados à fenomenologia parapsicológica – têm muita importância para o experimentador, pois é a partir da natureza e de características do evento espontâneo que os experimentos de laboratório vão ser criados. Os casos espontâneos são a razão da existência dos experimentos parapsicológicos e, ao mesmo tempo, inspiram os experimentos.



Autoria: Jayme Roitman
www.ippb.org.br
(Extraído da Revista Sexto Sentido 52)


Imagem:
jornallivre.com.br



quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Correto Adormecer


"Quando nos deitamos e nos preparamos para adormecer, o Eu Superior vai reunindo todas as energias disponíveis, levando-as para a região do centro cardíaco. É importante acompanhar esse movimento, interiorizarmo-nos e partirmos para um sono tranquilo, na direção de níveis mais profundos. Os pensamentos que passam devems er descartados ou transformados em algo melhor, segundo esse movimento introspectivo. Do mesmo modo, o que ainda estiver tumultuado no corpo emocional deverá ser apaziguado, enquanto o corpo físico descansa.

Quando o corpo físico e o cérebro dormem, a alma recolhe-se em seu próprio nível, que é o plano mental abstrato ou intuitivo. De lá, a alma pode, ou não, enviar impressões para os corpos da personalidade. Se os corpos estiverem prontos, em repouso , as mensagens da alma podem atravessá-los e serem transmitidas do mental para o emocional, do emocional para o etérico e deste para o cérebro físico. Desse modo quando o corpo acordar depois do sono, terá registrado no cérebro o que a alma enviou. Todavia, se não houver o devido relaxamento, a mensagem poderá não ultrapassar sequer as barreiras do mental concreto,
nível mais próximo à região da alma.

Se não houver relaxamento, o cérebro físico continuará registrando o que acontece em torno, como por exemplo, os ruídos do meio ambiente. Com isto estará impedido de captar o que ocorre nos níveis mais sutis durante a noite e, quando o capta, fá-lo com imprecisões.

(...)

Seria bom ao adormecer atingíssemos logo, com a consci~encia, zonas mais profundas do nosso
ser. Há uma técnica que pode ser usada não só para nos lembrarmos não só do que se passou á noite, mas também para atravessarmos rapidamente os níveis intermediários. Consiste num cuidado especial para com o momento-limite que antecede o adormecer, momento este em que não estamos nem acordados nem dormindo, em que vamos entrando no estado onírico. Aí, o último pensamento do consciente deve ser positivo, imbuído da vontade de ir para um nível bem alto, superior: um pensamento que seja a afirmação de um mundo espiritual. Isso determina sua vida nos sonhos mais madura.

Esse procedimento é válido, igualmente, para a hora em que vamos descansar. Treinando nossos mecanismos a cada noite, ao nos deitarmos, tornamo-nos aptos para fazer esse exercício no momento de descansar, só que com repercussão ainda maior: o último pensamento determina uma série de condições para a vida futura.

Quanto ao hábito de leitura antes de dormir, podem ser feitas várias observaçãoes. Toda leitura coliga-nos com o plano mental do escritor ou com o nível que o inspirou. Se lermos um livro policial antes de adormecermos, podemos ir para o baixo astral; mas, se lermos um livro filosófico de boa qualidade, podemos ir para o mental superior. Assim, também, se adormecermos logo após assistir ao jornal da televisão, vamos entrar na vibração do ambiente psíquico
que nos foi mostrado.

(...)

É impossível sugerir a pessoas diferentes a mesma técnica para o correto adormecer. Cada indivíduo está em um ponto evoluitvo e, portanto, tem necessidades diferentes. Além disso, cada um tem sua linha de menor resit~encia na execução das diferentes atividades, linha essa que varia segundo o temperamento e que precisa ser descoberta e respeitada."



Autoria: Trigueirnho
Livro: Nossa Vida nos Sonhos


Imagem:
http://seepzine.com/



quarta-feira, 1 de junho de 2011

O que é a Clarividência



Por Rodrigo Medeiros


"Clarividência é uma forma de percepção visual além dos olhos físicos, que torna possível ver as bioenergias, ou aura, de uma pessoa por exemplo. É possível também através da clarividência observar eventos que acontecem em dimensões além desta onde vivemos. Muitos casos onde pessoas relatam ter visto um “espírito”, “fantasma” ou “guia espiritual” podem ter a sua explicação assentada na clarividência.

Quando alguém vê uma entidade não-física, por exemplo, um parente que já faleceu, é bastante comum que este parente se apresente através de uma imagem semitransparente, frequentemente com cores menos intensas, todo em branco, ou em tons de cinza. Isso porque o estímulo visual da clarividência é em geral mais fraco comparado com o estímulo visual físico.

A clarividência espontânea ocorre com muita frequência em momentos de relaxamento maior, em geral quando a pessoa relaxa um pouco mais de maneira a permitir que o seu corpo emocional (psicossoma) se expanda e receba com mais intensidade o estímulo visual não-físico (extrafísico) baseado em bioenergias. Por outro lado, há relatos de clarividência que ocorrem em casos de stresse ou onde não há nenhum relaxamento ou condição do corpo físico favorável.

A clarividência permite ao experimentador observar, por exemplo, os reflexos da bioenergia ao redor de uma outra pessoa. Estes reflexos da energia, popularmente conhecidos como aura, são a parte mais externa do nosso corpo energético (energossoma). Este reflexo das energias é dinâmico e muda de acordo com a intensidade e padrão dos nossos pensamentos e sentimentos."



Fonte:
http://astral.sapo.pt/espiritualidae/outras/o- que -e -a-clarividencia 989627.html

Imagem: Fada
http://espiritualismo.hostmach.com.br/imagens/fenomenos/fada01